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webradio vitrola do et> webradio vitroladoet google.com, pub-0021444831365345, DIRECT, f08c47fec0942fa0A partir do movimento ‘Um Grande Dia em São Paulo’, pesquisa mostra que mulheres demoram mais de vinte anos para publicar seu primeiro livro.
Na foto: Jaara Cardoso,Carmem V. Brandão, Malu Silva, Sandra Rodrigues, Tina Coelho e Luciana Madrid Cesar - da APESUL em Varginha, em frente ao Museu e Biblioteca Municipal de Varginha, a Terra do ET.
Deborah Goldemberg
04out2022 04h48 (04out2022 16h48)
Um momento histórico ocorreu no fim de semana dos dias 11 e 12 de junho deste ano, quando escritoras de várias cidades brasileiras e do exterior se juntaram para fazer uma foto formada só por autoras mulheres. Chamado de Um Grande Dia, o movimento foi iniciado durante A Feira do Livro de São Paulo, por Giovana Madalosso, Natalia Timerman e Paula Carvalho, e se espalhou espontaneamente por mais de quarenta localidades. Foram retratadas quase 1700 escritoras brasileiras espalhadas pelo Brasil e pelo mundo (esses eram os números consolidados no momento de realização da pesquisa; a partir daí, o movimento chegou a cinquenta cidades contando com participação de mais de 2 mil mulheres).
Diante desses números, surge a questão: quem são essas escritoras? O que está por trás dessas imagens? Quem são as autorasbrasileiras, como vivem e sobrevivem? Assim nasceu a pesquisa sociocultural sobre o universo das 1649 escritoras que participaram da foto histórica, a partir de um formulário disponibilizado pela rede de articuladoras. As 393 respostas constituem uma amostra representativa de 24%.
A foto histórica irradiou de São Paulo para Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Macapá, Boa Vista, Cuiabá, Salvador, Manaus, Florianópolis, Recife etc. Participaram ainda pequenos grupos de escritoras brasileiras em Londres, Lisboa e até na Estônia. A região Nordeste foi a região com maior participação (com destaque para Pernambuco, de onde vários municípios do interior aderiram), seguidos de Sudeste e Sul; o Norte também compareceu bem, enquanto o Centro-Oeste foi a região com menos cidades participantes.
A pesquisa revelou que a maior parte das escritoras (48%) começou a escrever entre oito e quinze anos de idade. A vocação para ser escritora se manifesta ainda na pré-adolescência, apesar de haver também um pequeno pico aos vinte, em idade universitária, e outro aos quarenta (época dos filhos crescidos, talvez?). No entanto, o primeiro livro dessas escritoras só vem mais tarde — para a maior parte, aos 38 anos. Isso sugere um delay de cerca de ao menos 23 anos entre a descoberta do ser escritora e a publicação do primeiro livro, um marco importante.
As escritoras estudam muito para escrever. Quase 73% delas estudaram literatura para ser escritora, ainda que não seja uma profissão regulamentada. A maior parte o fez por meio de cursos informais ou da própria leitura (ler é a escola da escritora), mas 38% fizeram faculdade, 17%, mestrado, e 12%, doutorado na área. A proporção de doutores no Brasil (homens e mulheres) é de 0,2%, e de mestres é de 0,8%, o que significa que elas são muito mais bem formadas que a média brasileira. A proporção de doutores na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), formada por 35 países, é de 1,1%, e de mestres, 13%. Ou seja, elas fazem um esforço desproporcional para se qualificar, até pelo padrão internacional.
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(A presente matéria é do site 'Quatro cinco Um - A revista dos Livros") - replicada aqui no Blog da Vitrola do ET
Um movimento importante que se espalhou pelo Brasil e mundo dando visibilidade a escrita feminina. Para as escritoras, muito bom saber que somos tantas. Importante tb a pesquisa que resultou do movimento e a valorização das editoras que se propõem a publicar mulheres. Vejo o caminho do equilíbrio autoras/autores nas bibliotecas do futuro.